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Recursos CBB e Comitê de Clubes divergem sobre direcionamento de recursos Entidades são parceiras na realização de torneios de basquete na base 1d2x19
O planejamento dos torneios da Confederação Brasileira de Basquete (CBB) em parceria com o Comitê Brasileiro de Clubes (CBC) para 2021 foi divulgado em tom de lamentação. A entidade responsável pela modalidade no país afirma que o Comitê, que atende projetos de formação em diversos esportes, com recursos oriundos das loterias federais, teria reduzido o investimento na base para ampliá-lo no adulto, por meio de acordo com a Liga Nacional de Basquete (LNB), que prevê auxílio logístico durante o Novo Basquete Brasil (NBB). À Agência Brasil, o CBC rechaça o discurso de corte e justifica as mudanças. 2o1y6o
A CBB anunciou a realização de 10 torneios no próximo ano, divididos em três categorias (sub-14, sub-16 e sub-19) e duas edições da modalidade 3x3, nos naipes masculino e feminino. A estimativa é reunir 1,4 mil atletas ao todo. Em 2020, não fosse a pandemia do novo coronavírus (covid-19), a parceria com o Comitê, firmada em 2017, culminaria em 26 campeonatos de base promovidos e mais de 2,4 mil jogadores envolvidos.
Em nota, a confederação menciona que os eventos de base também colaboram com a formação de árbitros e técnicos, afirma que as competições atraem filiados ao CBC e que os torneios são de “tiro curto, em sintonia com o calendário escolar, sem prejudicar o desenvolvimento estudantil”. Ainda segundo o comunicado da CBB, a projeção para 2021 é de uma redução “acima de 60%” no número de campeonatos. Saem do calendário as categorias sub-13, sub-15, sub-18, sub-21 e sub-23, além do sub-14 e sub-17 no 3x3.
No texto, o presidente da CBB, Guy Peixoto Júnior, diz que “a necessidade da base é muito maior e tirar de um para colocar em outro não é a melhor escolha” e recorda a redução no patrocínio ao esporte olímpico após os Jogos do Rio de Janeiro, em 2016. “O CBC surgiu como uma alternativa para a manutenção da qualidade dos torneios de base. E essa mudança de mentalidade, infelizmente, prejudicará o desenvolvimento de muitos jovens. Vamos continuar em busca de recursos e parcerias para seguir fortalecendo a base”, analisa o dirigente.
A nota da confederação relata, por fim, a preocupação de clubes formadores pela maioria desses projetos não trabalhar com o alto rendimento. “Com a pandemia da covid-19, essa alteração representa também um segundo ano perdido, já que 2020 não pôde ter o calendário proposto”, conclui o texto.
Comitê fala em organizar o sistema
A parceria entre CBC e LNB também começou em 2017, antes voltada à realização da Liga de Desenvolvimento (LDB), torneio nacional masculino sub-22. Pelo novo acordo, além de arcar, no LDB, com viagens áreas e hospedagens de times visitantes que atuem fora dos estados ou acima de 500 quilômetros na mesma região, o Comitê de Clubes apoiará o NBB da mesma forma.
O CBC é beneficiário de 0,5% da arrecadação das loterias. A realização de competições interclubes é um dos eixos de investimento da entidade, que contempla, também, aquisição de equipamentos esportivos e contratação de profissionais, por meio de editais. À Agência Brasil, o presidente do Conselho Consultivo do Comitê, Arialdo Boscolo, afirma que a mudança no direcionamento da verba do basquete se dá para organizar o planejamento do próximo ciclo olímpico, entre 2021 e 2024.
“Você tinha, em algumas situações, campeonatos que não é que se conflitavam, mas tinham categorias praticamente parecidas. Não há dinheiro para tudo. O que tem que fazer é tentar organizar o sistema. Chamamos as entidades. Definimos ficar com três categorias na CBB, sub-14, sub-16 e sub-19. A Liga de Desenvolvimento, que é sub-22, vem na sequência e depois a [categoria] principal. Estabelecemos à Liga e à CBB um volume para o apoio financeiro. Não é que damos o dinheiro. É para que eles desenvolvam um sistema de disputa que caiba no orçamento”, explica sem detalhar valores.
O dirigente diz também que o apoio ao NBB exige uma contrapartida à formação. “Todos os clubes da liga principal terão que disputar a Liga de Desenvolvimento, sem exceção. Você já teve casos de [um clube] contratar um time inteiro, aí, no ano seguinte, ele para de competir e o time acaba. Não [pode ser assim], ele tem de fazer o desenvolvimento. É um processo de conscientização”, explica. Segundo ele, as entidades que disputarão o Campeonato Brasileiro (organizado pela CBB, dá o ao Novo Basquete Brasil) também deverão competir, ao menos em uma das categorias de base.
“Estamos tentando colocar uma mensagem positiva. Os clubes ficaram cinco meses fechados, a maioria das empresas estatais tiraram recursos de patrocínio, as empresas estão tirando recursos de publicidade. Se você não socorre [os clubes] agora, acaba com o esporte? Estamos fazendo algo organizado, discutido”, conclui Boscolo.
Fonte: Agência Brasil