Ji-Paraná (RO), 30 de maio de 2025 – A diretora executiva nacional da Embrapa, Selma Beltrão, participou do podcast RuralCast, apresentado por Tonni Giovanni, e compartilhou um panorama estratégico sobre os 52 anos da Embrapa no Brasil e as cinco décadas de atuação em Rondônia. A entrevista, realizada durante a 12ª edição da Rondônia Rural Show Internacional, evidenciou a relevância da Embrapa na geração de tecnologias sustentáveis para o campo, seu papel nas mudanças climáticas e as parcerias internacionais. 4o3cz

“A agropecuária brasileira, com apoio da ciência e da tecnologia, é parte da solução para os desafios climáticos globais”, destacou Selma.

Sustentabilidade como prioridade: do café à pecuária regenerativa
A diretora destacou que a Embrapa, em Rondônia, atua em sistemas produtivos sustentáveis, como a cafeicultura de baixa emissão de carbono, pecuária leiteira integrada e agricultura regenerativa. Um dos destaques foi o projeto Cabocafé, que comprova cientificamente que o café robusta amazônico, produzido em áreas como Matas de Rondônia, não desmata e ainda sequestra carbono.

“As tecnologias apresentadas nesta edição da feira mostram que é possível produzir com sustentabilidade de verdade”, reforçou.

Biotecnologia e digitalização no campo
Selma também abordou os avanços em edição gênica — uma evolução em relação à transgenia tradicional — aplicada à soja, piscicultura (como o tambaqui sem espinhas) e outras culturas. Além disso, ressaltou o investimento em plataformas digitais:

Aplicativos com inteligência artificial para manejo agrícola;

Mais de 160 cursos gratuitos no portal e-Campo;

Hub digitais voltados à cadeia do mel, apicultura e agricultura familiar.

“A Embrapa está conectada com o presente e o futuro do agro. Digitalização e IA já são realidade no campo brasileiro”, afirmou.

Cooperação internacional e protagonismo global
Selma reforçou que a Embrapa é reconhecida mundialmente como a maior empresa de pesquisa agropecuária em clima tropical, atuando em cooperação com instituições da Ásia, Europa, África e América. Além disso, mantém laboratórios no exterior (EUA e França), com o programa “Cientista Visitante”, que capta inovações globais e fortalece a rede de pesquisa.

“A ciência se faz em rede. E a Embrapa é parte estratégica dessa rede internacional”, destacou.

Integração com o produtor e políticas públicas
Outro ponto alto da entrevista foi o destaque para a participação direta dos produtores nas pesquisas. A Embrapa promove programas de melhoramento participativo, em que agricultores testam cultivares em suas propriedades, com apoio técnico e científico.

“O produtor de Rondônia é receptivo, corajoso e essencial no processo de inovação no campo”, afirmou Selma.

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